🤡 Se Você Ainda Acredita Neles, Você Não Está Prestando Atenção

Máscaras faciais não funcionam. Ovo faz mal pra saúde. Carne vermelha dá câncer. E eu, tenho cara de palhaço?

Felipe
5 min readMar 29, 2020
Unusual Selfie. Arte de Selman Hosgor.

A incompetência fatal de nossos líderes políticos não pode passar em branco.

Todos os que subjugaram a "gripezinha" serão lembrados.

Todos os que correram para marcar pontos sociais baratos em vez de se engajar com a gravidade da situação.

Já que passamos fevereiro fazendo festa, e março fazendo pouco caso, abril deve terminar com uma conta de 5.000–15.000 mortes por complicações causadas pelo vírus, no Brasil.

(Osmar Terra, um dos líderes do governo na Câmara, garante que não vamos passar de 1.000).

Nos próximos 30 dias, dependendo do ritmo, o nº de casos confirmados por aqui chegará a:

  • +10%/dia: ~70 mil casos;
  • +15%/dia: ~250 mil casos;
  • +20%/dia: ~1 milhão de casos.

Nossa média, nos últimos 10 dias, está perto de +30%/dia.

31 de Dezembro: autoridades taiwanesas alertam a OMS sobre o potencial de transmissões humano-humano no novo coronavírus.

14 de Janeiro: OMS ajuda o governo chinês a acobertar a epidemia ao negar para o mundo as evidências que corroboram transmissões humano-humano.

29 de Janeiro: OMS derrama elogios sobre a resposta draconiana do Partido Comunista Chinês. "Xi Jinping ajudou a prevenir a disseminação do vírus para outro países".

A OMS se nega a declarar uma emergência de saúde pública, afirmando que o Corona ainda não tinha se espalhado para outras nações. Detalhe: ele já tinha.

28 de Março: Bruce Aylward, diretor da OMS, é questionado por uma jornalista de Hong Kong sobre a postura de Taiwan diante do vírus. A reação dele é indescritível. Só vendo pra acreditar:

Esta história estilhaça a premissa de a OMS é uma fonte segura para informações sobre saúde.

Como se não bastasse:

  • A campanha da OMS para desincentivar o uso de máscaras é bizarra e não faz o menor sentido (faria se dissessem que o objetivo é poupar equipamento para a linha de frente, em vez de mentir para o público).
  • O diretor da OMS, ex-ministro de uma das piores ditaduras africanas, teve sua nomeação indicada (e provavelmente financiada) pelo Partido Comunista Chinês.

Agora, pare pra pensar por um minuto: carne vermelha dá câncer. Ovo faz bem. Ovo faz mal. Colesterol é vilão. Colesterol é mocinho.

💩 Quantas vezes será que você já engoliu merda manufaturada por pseudo-autoridades?

Por Selman Hosgor.

Esta não é uma lição sobre o governo chinês. Nem sobre a OMS.

É sobre a vulnerabilidade fundamental do nosso regime político-econômico frente à proliferação implacável das auto-estradas da informação.

Assim como o investimento militar durante a Guerra Fria inadvertidamente ajudou a incubar a internet, o investimento atual (em escala militar) na supressão de discursos marginais online está nutrindo uma forma nunca vista antes de inteligência coletiva.

A OMS não vai te alertar sobre a próxima pandemia.

O FED não vai custear as suas compras emergenciais.

A ANVISA não vai te curar.

O presidente não vai te dar de comer.

O mais crítico dos doentes é o leviatã institucional. Seus tentáculos se enroscam. Sufocam. Definham.

É como se tivéssemos trocado a água de um aquário por óleo, e esperássemos que o polvo ali dentro continuasse nadando com a mesma desenvoltura.

Os sintomas de desfuncionalidade estão nas telas do mundo todo.

Por aqui, uma juíza federal suspendeu uma campanha da Secretaria de Comunicação do governo por ir contra orientações do Ministério da Saúde.

Parece piada, mas é verdade. Eles estão batendo cabeça. Feio.

2020 tem sido uma montanha-russa de aprendizagem — não é mesmo?

A resposta descentralizada à paralisia do governo federal representa esperança.

A vida não voltará ao normal do dia para a noite. A quarentena não vai acabar de forma homogênea. O momento de redenção com o qual você tem sonhado nos últimos dias não existirá: será um processo torturantemente vagaroso.

O tráfego entre "zonas verdes" será o primeiro a ser liberado (e encorajado). Para se tornar uma “zona verde”, basta não ter registro de novos casos por algumas semanas (com testagem em massa). Hoje, o Brasil inteiro é “zona vermelha”.

Estados (e cidades e bairros) competirão para se tornar uma “zona verde” o mais rápido (e seguramente) possível. Produzirão (ou saquearão) equipamento, implementarão testes, divulgarão campanhas de mídia — por conta própria.

A articulação dessas unidades de poder localizadas pode deixar uma cicatriz profunda na nossa topologia política.

Nas vilas de Hakka, no sul da China, habita-se estruturas pluri-familiares e comunais. Foram construídas (do século XVII em diante) conforme a migração esquentava a tensão entre os locais e povos vizinhos.

A diferença entre termos 70 mil ou 1 milhão de casos registrados, daqui a 30 dias, são meros 10% na taxa diária de crescimento destes.

Estes 10% a mais ou a menos são reflexo dos seus hábitos e posturas.

No contexto abordado aqui, há 2 "resultados" possíveis para essa pandemia.

  • A auto-soberania vira moda.
  • O autoritarismo ascende (como costumeiro em tempos de crise).

Neste último caso, o Partido Comunista Chinês, Trump a própria OMS e outras figuras da mesma estirpe vencem. Os poucos que participaram de diálogos como este vão ter mais ceticismo do que nunca, mas, para a maioria, o jogo segue igual.

Ou aprendemos a nos tornar mais autossuficientes. Ou seguimos cedendo o que resta das nossas liberdades individuais.

A diferença entre esses 2 cenários também é reflexo dos seus hábitos e posturas.

Se você acha que a sua opinião não faz muita diferença, lembre-se: tudo isso começou só porque alguém, em um lugar distante, estava muito afim de almoçar uma sopinha de morcego.

--

--